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No dia 12/11/16 participamos do curso “O Pagamento na Clínica Psicanalítica” em Cachoeiro de Itapemirin, realizado pelos psicanalistas Gabrielle Lucio e Eduardo Andrade. Foi um ótimo encontro de apresentações, debate e conversas sobre a experiência com a psicanálise. Compartilhamos algumas das anotações que fizemos. Talvez elas sirvam para você pensar em seu percurso, seja você profissional ou paciente.

1) O diferencial psicanalítico está no manejo da transferência, pois o saber do qual se trata não é o da consciência mas o da experiência de análise.

2) “Nada pior para o paciente [do ponto de vista da dívida constituída] que a gratidão do analista” (Eduardo Andrade)

3) O psicanalista está ali para responsabilizar o paciente naquilo que ele manifesta, no ato falho, no esquecimento do dinheiro, em uma fala que ele considera boba.

4) Direcionamento transferencial é o movimento do paciente a alguém, ou ao analista, seja levando algo, perguntando, entrando em contato, esquecendo, mandando recado dizendo que não vai etc.

5) Na clínica psicanalítica o que se escuta serve para intervir não para dialogar.

6) Frases inquietantes nas quais o tema do dinheiro aparece: “pagar pelo crime que cometeu”, “conversa fiada”.

7) O analista não visa curar a pessoa do seu sintoma, mas possibilitar que a pessoa escuta algo disso [vai saber se esse sintoma não é o constituinte subjetivo desse paciente].

8) O problema de ter secretária, fazer tratamento via skype, whats app etc, é que você não consegue trabalhar isso na análise. Não há que se moralizar as novas tecnologias, mas entender que elas inviabilizam muitos aspectos da técnica. A prática da psicanálise se realiza no consultório.

9) “Qual tato clínico está envolvimento no aumento do valor no tratamento?” (Eduardo Andrade)

10) Quando o assunto cai na dinâmica transferencial, o manejo vai no sentido da ética do desejo e da responsabilização.

11) A psicanálise é o campo da quebra/dissolução da psique para que algo novo se refaça. Psicanálise é “analisar a psique”, sendo analisar entendido como “separar em partes, dissolver, esquadrinhar”.

12) A psicanálise resgata o poder e o lugar de sustentação da palavra no mundo, dando à palavra seu devido lugar na constituição da subjetividade humana e das interações sociais.

13) A busca de manuais, regras e contratos faz com que deixemos nossa subjetividade de lado, protegendo-nos de lidar com as dificuldades pessoais de cada profissional – por isso o essencial da formação do psicanalista é que este faça sua análise pessoal.

14) “‘Falar é fácil’, falou isso quem nunca fez análise” (Eduardo Andrade)

15) O conteúdo é “latente” porque lateja, está vivo.

16) A ética da psicanálise é a ética da consequência.

17) O analista está sempre atrás do paciente, pois ele não sabe da história do paciente, e paga com seu desconhecimento. Ele acompanha o caminho que o paciente faz com suas associações.

18) “O psicanalista certamente dirige o tratamento, porém não deve de modo algum dirigir o paciente.nalista certamente dirige o tratamento, porém não deve de modo algum dirigir o paciente” (Jacques Lacan)

19) Na análise não se fala tudo o que quer, mas tudo o que se passa na cabeça.

20) Não se interpreta o pagamento, mas o que está em torno dele (esquecimentos, excessos, dúvidas, atos falhos etc).

Abraço!

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