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 Existem tantas razões para que alguém procure ajuda psicológica/psicanalítica, que esse texto tem como único objetivo enumerá-las – algumas delas!
Indiscutivelmente, o texto seria piegas se fossem somente as queixas descritas em uma lista. Ao contrário, a pretensão aqui é a de apresentar queixas, demandas e questões de modo que você possa, com mais profundidade, encontrar nelas elementos particulares, algo de seu. Não fosse por essa razão, o texto seria desnecessário e bastaria colocar abaixo uma figura da internet com uma listagem.
 Pois bem, você pode procurar ajuda pelas seguintes razões (relatos hipotéticos):
“Eu não durmo bem há dias. Rolo de um lado para o outro na cama a noite inteira e amanheço como se tivesse sofrido um atropelamento. Minha cabeça não para. Eu penso, penso, penso, tento parar de pensar e continuo pensando. Está difícil, não sei o que fazer.”
 
“Minha vida sempre foi perfeita. Sempre tive tudo, sempre consegui tudo, até que tive um sonho em que eu falava comigo que tudo que eu fazia estava errado. Acordei em estado de nervos. O sonho foi muito real. Era eu falando comigo! Foi assustador. Não sei o que faço.”
 
“Meus filhos estão crescidos e saindo de casa. Fico feliz por eles, mas triste por mim. Abre um buraco no peito que a gente não sabe o que fazer (choro)… desculpe. A gente sabe que isso acontece mesmo, que uma hora eles vão embora, mas no fundo, no fundo, ninguém espera que isso vá acontecer. Então acontece, e o que a gente faz da vida então? Preciso de ajuda.”
 
“Eu não sei o que fazer com o meu casamento. A gente se ama, eu acho, mas tem vivido uma relação fria, ruim. Me peguei pensando em relacionamentos extra-conjugais, procurando na internet coisas diferentes. Não sei se peço divórcio, se fico assim mesmo. Estou querendo muito alguém que me satisfaça mas ainda acho que quero melhorar meu casamento.”
 
“Semana passada chegaram as notas do meu filho e foram péssimas. A professora nos chamou para conversar e disse que ele está chorando na sala de aula. Não sei o que está acontecendo, mas estamos bem preocupados. Talvez tenha começado depois que nosso segundo filho nasceu, mas realmente não sabemos. O que fazer?”
 
“Eu queria namorar, mas não tenho coragem nem de fazer amizades. Fico dentro de casa o dia inteiro, tenho várias amizades na internet, mas nem no tinder está dando certo. As pessoas só sabem se aproveitar de mim, só sabem me usar, e eu caio fácil. Estou cansando dessa vida, que m*… desculpe o palavrão, mas é horrível!”
 
“Minha vida nunca esteve tão bem. Não me considero uma pessoa rica, mas estou feliz com o que eu tenho, tenho uma satisfação. Quero seguir em frente, quero me conhecer melhor e colocar novas perspectivas, ter novas experiências. Por que não fazer um tratamento? É algo novo! Gosto de novidades.”
 
“Sabe quando você sente que, quando está atendendo um cliente, ele acaba falando mais coisas do que veio buscar na sua consulta? Isso me intriga. Tenho atendido há algum tempo e acabo notando que, por exemplo, quando um casal vem me procurar para resolver alguma situação ele traz, além do conflito, uma coisa meio sentimental, sabe? Algo que não está claro, o que eles querem resolver quando pedem a minha ajuda? Acho que vale a pena tratar para entender melhor isso, quem sabe até, dar novos encaminhamentos aos atendimentos.”
 
“Faço uso de remédios psiquiátricos há alguns anos. Comecei a tomar por ter passado por uma situação muito traumática, foi bad, não quero nem lembrar. Só que estou em estado de nervos de tanto tomar remédios, porque faz tanto tempo que já nem sei quem eu sou sem eles. Quero me cuidar para mudar o tratamento, desmamar desses remédios ou reduzir pelo menos, porque não estou aguentando não.”
 
“Cara, tá tenso, tem prova, um monte de coisas pra estudar, vestibular, cursinho, escolher faculdade, Enade, nossa, meus pais estão em cima de mim, eu tenho que passar logo, mas estou com medo, estou preocupado, o que faço? Alguém? Por favor, me ajuda, eu preciso!”
“Nossa, é difícil demais lidar com o chefe viu. Nunca vi isso. Você tenta de um jeito, ele não gosta, tenta de outro, também não. Ué, o que fazer então? Como lidar com as pessoas?”
 
“Ninguém na minha família me ajuda a cuidar da mamãe! Quando era divertimento, estava todo mundo junto. Agora? Nada, ninguém, ninguém mesmo! Aí fico eu aqui só, fazendo tudo, tomando conta, limpando, ajudando. Não é que eu tenha raiva não, mas eles bem que podiam me ajudar, não é? O que eu faço? Vou acabar morrendo.”
 
“Tem horas que eu só gostaria que alguém me escutasse para que eu pudesse falar tudo isso que me aflige. Algumas lembranças machucam tanto, doem, cortam, dilaceram, e eu me vejo meios em saída, sem um lugar em que eu possa dizer que encontrei um porto seguro, um canto para confiar esses segredos. A gente sofre com a memória da gente.”
 
“Meu filho é muito hiperativo, não sei o que fazer mais com ele, porque já tentei de tudo, tudo mesmo! Ele não obedece, não faz as coisas que tem que ser feitas, fica o tempo todo brincando, traquinando, fazendo coisas desordeiras em casa, não aguento isso de jeito nenhum! Ele não obedece a ninguém!”
 
“Eu não consigo parar de pensar besteiras. É o tempo todo. Não para mesmo. Estou com medo de fazer algo ruim contra mim. Fico olhando pela janela o tempo todo, pensando na queda. Ninguém me entende, ninguém sabe como é a dor que a gente sente. Vou procurar ajuda mas nem sei se vai dar certo, mas vou procurar. Tudo bem, eu estou dizendo que vou mesmo que eu não queira. 
É uma tentativa, não é?”
 
“Eu não tenho motivo algum pra procurar, mas quero. Acho que é isso, eu quero procurar. Precisa ter motivo explícito? Vou descobrir ou construir lá, na hora que estiver falando. No fim das contas é assim mesmo, a gente vai falando e vê qual é realmente o motivo, mas é verdade, eu sinto um negócio que está me impulsionando a ir, então vou. Vou ver como é que é.”
 
Há tantas outras razões para se procurar ajudar… muitas das quais somente você sabe.
De qualquer forma, embora haja várias razões possíveis, há apenas um motivo: você querer.
Sem o seu querer…
É por aí que se diz que alguém está implicada(o) em se tratar.
Pois então, qual é a sua história? Qual a sua razão para procurar ajuda?

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